PERGUNTAS FREQUENTES
CONJECTURA: Filosofia do Inconsciente
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Como a mente funciona? Esta pergunta é perfeita para definir o objeto deste ensaio. Conjectura propõe um modelo simples e intuitivo para a evolução das espécies baseado na evolução dos instintos. Este modelo explica e demonstra que o surgimento da consciência e do intelecto não foi um acidente e sim uma decorrência natural da evolução da vida instintiva, isso tudo sem depender apenas de mutações aleatórias.
Como decorrência do modelo apresentado, é possível explicar a perceptível aceleração da evolução da psique humana, fenômeno que tanto a genética quanto a psicologia são incapazes de justificar. A escala de tempo da evolução das espécies que se contava em milhões de anos até o surgimento do Homo Sapiens pode estar atualmente em décadas ou menos que isso..
O modelo exposto não contraria a teoria da evolução, apenas propõe um complemento a ela baseado na evolução dos conteúdos psíquicos.
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Questões metafísicas como a existência da alma ou de algo que sobreviva à morte do corpo físico que possa ser denominado como espírito, no sentido dado a esta palavra pelo pensamento religioso ou pelas doutrinas místicas, não são temas do ensaio. No entanto é considerada a hipótese da transferência entre gerações de conteúdos psíquicos e de comportamentos padronizados por mecanismos de hereditariedade, a semelhança do que ocorre com o conceito de Inconsciente Coletivo proposto pelo médico suíço Carl Gustav Jung.
Será proposta a hipótese de subsistência de uma parte específica dos conteúdos psíquicos a desintegração do corpo físico. Esta parte da psique que corresponde ao inconsciente mais profundo é transferida entre gerações por um processo de hereditariedade ainda não desvendado dentro do atual conhecimento sobre os mecanismos genéticos e epigenéticos.
É importante registrar que não existe ligada à hipótese dessa transferência nenhuma conotação religiosa ou mística ou qualquer correlação com conceitos como alma ou espírito, ao contrario, a abordagem utilizada se dá sempre do ponto de vista puramente lógico e é amparada em inúmeras evidências objetivas, não sendo em nada similar à visão espiritualista.
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Não se trata de um trabalho empírico, embora se apoie em evidencias práticas para subsidiar e exemplificar o desenvolvimento lógico. Na verdade se trata de uma reflexão que parte de uma premissa inicial, sobre o que vem a ser o inconsciente inspirada em conceitos amplamente difundidos criados por Freud e Jung. O ensaio se desenvolve por meio de uma linha de raciocínio lógico ilustrado por situações reais e acrescido de alguns exemplos de forma a tornar o texto agradável, sem uma formatação acadêmica, contendo talvez algumas pitadas de filosofia, o que é aceito em ensaios.
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A conjectura se desenvolve em torno dos mecanismos de atuação do inconsciente desde eras remotas e a sua relação com a preservação da vida. O conceito de inconsciente estabelecido por Freud e os conceitos de Inconsciente Coletivo e de Arquétipo propostos por Jung são bastante utilizados. Não há necessidade de conhecimentos prévios, pois todos eles são expostos antes da sua utilização na profundidade necessária. Ao longo do ensaio são propostos os conceitos de Inconsciente Permanente, que muito se aproxima do conceito de Inconsciente Coletivo com algumas diferenças e o conceito de Centro do Inconsciente que tem conexões com o conceito de Self com diferenças mais significativas.
Manda o rigor empírico que se verifique se não existe outro conjunto de conjecturas que possa justificar de forma igual ou superior as questões consideradas. Embora não seja este um trabalho empírico e sim um exercício de racionalidade, busquei outras teorias ou hipóteses que melhor explicassem a questão da evolução da mente nas espécies e não encontrei.
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Este ensaio não é sobre psicologia, talvez sobre metapsicologia que é a área que estuda fenômenos que não são abordados pela psicologia empírica. A metapsicologia aborda temas que não podem ser testados por meio do positivismo científico. Na verdade temos aqui uma costura de conhecimentos e informações de diferentes áreas da ciência utilizando para tal uma linha de lógica.
O foco deste ensaio no inconsciente não tem o mesmo objetivo da psicologia ou da psicanálise. O que se busca é traçar um modelo para o funcionamento mais básico e elementar do inconsciente de forma que este modelo também explique a evolução da psique sem depender apenas de mutações aleatórias.
Possivelmente pelo início da a minha formação ter sido Ciências Exatas, sempre busco entender os conceitos psicológicos e psicanalíticos de um ponto de vista lógico, nem sempre isso é totalmente possível dado à subjetividade, porém este exercício me ajudou a construir esse modelo para o funcionamento elementar da mente. Durante anos minha psicanalista me dizia que havia esquecido de levar os seus compêndios de lógica para a sessão.
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A iniciativa de escrever este livro surgiu de uma consulta a algumas obras de Jung lidas há cerca de 30 anos para relembrar como haviam sido enunciados os conceitos de Inconsciente Coletivo e de Arquétipo. Essas dúvidas surgiram durante a leitura de dois livros do psiquiatra austríaco Viktor Frankl, considerado o pai da terceira escola vienense de psicanálise.
O que começou como uma consulta acabou se transformando na releitura de boa parte da obra de Jung sempre com a sensação de estar lendo aquelas obras pela primeira vez. Possivelmente mais maduro tive oportunidade de entender melhor e correlacionar conceitos de Jung e de Viktor Frankl com conhecimentos de outras áreas que certamente ainda não tinha quando jovem.
À medida que lia e pesquisava detalhes do contexto cultural do século XIX, foram surgindo as ideias objeto deste ensaio e junto com elas uma vontade muito grande de escrever, na verdade foi mais do que uma vontade. Durante o período de cerca de um ano em que dediquei as minhas horas vagas a este ensaio, me sentia mal nos dias em que não encontrava tempo para escrever.
ENSAIO SOBRE O FUTURO
Uma Evolução Silenciosa
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Sim, o ensaio Conjectura existe de fato, não é uma obra de ficção e foi premiado Concurso Internacional de Literatura de 2015 promovido pela União Brasileira de Escritores (Prêmio Vianna Moog).
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Como a mente funciona? Esta pergunta é perfeita para definir o objeto do ensaio. Conjectura que propõe um modelo simples e intuitivo para a evolução das espécies baseado na evolução dos instintos. Este modelo explica e demonstra que o surgimento da consciência e do intelecto não foi um mero acidente evolutivo e sim uma decorrência natural da evolução da vida instintiva sem depender apenas de mutações aleatórias.
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O modelo apresentado no ensaio explica a perceptível aceleração da evolução da psique humana, fenômeno que tanto a genética quanto a psicologia são incapazes de justificar.
A escala de tempo da evolução das espécies que se contava em milhões de anos até o surgimento do Homo Sapiens pode atualmente estar em décadas ou menos.
Essa perceptível aceleração no desenvolvimento do intelecto humano em tempos recentes nos permite especular como será o futuro e é esse o caminho explorado em Ensaio Sobre o Futuro.
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Quando o ensaio Conjectura foi premiado, eu fui aconselhado por um amigo que é também crítico literário, em tom de brincadeira, a transpor as ideias contidas no ensaio para a ficção.
Apesar de ter sido dado em tom de pilheria, esse conselho não me saia da cabeça e comecei a pensar em como seria possível transpor um assunto tão complexo para uma narrativa ficcional. A partir daí, sem um nome e sem um roteiro definido escrevi Ensaio Sobre o Futuro em apenas três meses, sendo que o ensaio Conjectura havia me tomado mais de ano.
Já terminado o livro e ainda sem nome, olhando para a minha estante vi um livro do José Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira, e sem o menor pudor nele me inspirei, lembrando que o livro havia surgido do ensaio Conjectura que em sua parte final especula sobre a evolução da mente humana em futuro próximo. Ensaio Sobre o Futuro defini perfeitamente o conteúdo dessa obra ficcional que é, porém, baseada em um estudo sério.
MINHAS MEMÓRIAS PÓSTUMAS
A Sedução do Poder
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Não sei explicar porque comecei a escrever esse livro, acho que foi uma tentativa de criar um personagem que agregasse características dos principais atores da política brasileira. Mas não foi isso que aconteceu. Desde o início Mario Vargas adquiriu vida própria e passou a ditar o livro independente da minha vontade. Foi ele quem me descreveu os seus amores, seus medos, suas lutas, sua trajetória, os seus ideais e os seus meios de atingi-los, nem sempre os mais louváveis, para dizer o mínimo.
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Escrever esse livro foi para mim uma experiência difícil de entender. A narrativa tem como cenário a história recente do Brasil e, naturalmente, eu tentava descrevê-la do meu ponto de vista, mas em muitas oportunidades o Mário me obrigou a mudar meus conceitos ao observar os acontecimentos do ponto de vista de quem detinha o poder, ou seja, do ponto de vista dele.
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Em relação a cada livro eu guardo uma sensação diferente, com relação à Minhas Memórias Póstumas eu sinto como se tivesse sido uma psicanálise onde o Mario Vargas era o paciente e eu o terapeuta, nós dois buscando entender o sentido da vida de um homem que sacrifica tudo pelo poder sem visar dinheiro ou fama. Não foi uma autoanálise pois nem a minha vida nem a minha personalidade em nada se assemelham com as do Mario. Mas não posso negar que esse processo de alguma forma afetou minha maneira de enxergar o mundo do poder.
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O Mario é difícil de descrever, a característica que melhor o defini, que ele descobriu ainda criança, é a de preferir morrer afogado a ter que pedir socorro. Ele sempre foi um solitário, apesar de amar duas mulheres. Preferia os dias de chuva, ambientes a meia luz e conseguia tirar da sua depressão crônica energia para viver em ritmo de trhiller, sempre em busca de um sentido para a vida.
Mafalda era a noite, uma brisa fresca, o luar, um momento de descanso; Vitória era o discurso vibrante, o sol de verão, o trabalho bem feito. Em comum elas tinham a honestidade e aquele olhar que enxerga as pessoas por dentro.
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Não sei, acho que eles já existiam e eu só pedi licença para retratá-los. A mulher do coronel, linda, misteriosa, poderosa e carente. Laerte, silencioso e leal, um soldado, fazia o que tinha que ser feito. Para pessoas como eles a alegria de viver é só seguir vivendo cumprindo o seu papel, talvez como atores famosos na centésima apresentação de uma peça, apenas perfeitos em seus papéis. Nelson Rodrigues dizia que a morte é anterior a si mesma, começa lentamente, muito antes do atestado de óbito.
PERGUNTAS FREQUENTES
CONJECTURA:
Filosofia do Inconsciente
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Como a mente funciona? Esta pergunta é perfeita para definir o objeto deste ensaio. Conjectura propõe um modelo simples e intuitivo para a evolução das espécies baseado na evolução dos instintos. Este modelo explica e demonstra que o surgimento da consciência e do intelecto não foi um acidente e sim uma decorrência natural da evolução da vida instintiva, isso tudo sem depender apenas de mutações aleatórias.
Como decorrência do modelo apresentado, é possível explicar a perceptível aceleração da evolução da psique humana, fenômeno que tanto a genética quanto a psicologia são incapazes de justificar. A escala de tempo da evolução das espécies que se contava em milhões de anos até o surgimento do Homo Sapiens pode estar atualmente em décadas ou menos que isso..
O modelo exposto não contraria a teoria da evolução, apenas propõe um complemento a ela baseado na evolução dos conteúdos psíquicos.
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Questões metafísicas como a existência da alma ou de algo que sobreviva à morte do corpo físico que possa ser denominado como espírito, no sentido dado a esta palavra pelo pensamento religioso ou pelas doutrinas místicas, não são temas do ensaio. No entanto é considerada a hipótese da transferência entre gerações de conteúdos psíquicos e de comportamentos padronizados por mecanismos de hereditariedade, a semelhança do que ocorre com o conceito de Inconsciente Coletivo proposto pelo médico suíço Carl Gustav Jung.
Será proposta a hipótese de subsistência de uma parte específica dos conteúdos psíquicos a desintegração do corpo físico. Esta parte da psique que corresponde ao inconsciente mais profundo é transferida entre gerações por um processo de hereditariedade ainda não desvendado dentro do atual conhecimento sobre os mecanismos genéticos e epigenéticos.
É importante registrar que não existe ligada à hipótese dessa transferência nenhuma conotação religiosa ou mística ou qualquer correlação com conceitos como alma ou espírito, ao contrario, a abordagem utilizada se dá sempre do ponto de vista puramente lógico e é amparada em inúmeras evidências objetivas, não sendo em nada similar à visão espiritualista.
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Não se trata de um trabalho empírico, embora se apoie em evidencias práticas para subsidiar e exemplificar o desenvolvimento lógico. Na verdade se trata de uma reflexão que parte de uma premissa inicial, sobre o que vem a ser o inconsciente inspirada em conceitos amplamente difundidos criados por Freud e Jung. O ensaio se desenvolve por meio de uma linha de raciocínio lógico ilustrado por situações reais e acrescido de alguns exemplos de forma a tornar o texto agradável, sem uma formatação acadêmica, contendo talvez algumas pitadas de filosofia, o que é aceito em ensaios.
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A conjectura se desenvolve em torno dos mecanismos de atuação do inconsciente desde eras remotas e a sua relação com a preservação da vida. O conceito de inconsciente estabelecido por Freud e os conceitos de Inconsciente Coletivo e de Arquétipo propostos por Jung são bastante utilizados. Não há necessidade de conhecimentos prévios, pois todos eles são expostos antes da sua utilização na profundidade necessária. Ao longo do ensaio são propostos os conceitos de Inconsciente Permanente, que muito se aproxima do conceito de Inconsciente Coletivo com algumas diferenças e o conceito de Centro do Inconsciente que tem conexões com o conceito de Self com diferenças mais significativas.
Manda o rigor empírico que se verifique se não existe outro conjunto de conjecturas que possa justificar de forma igual ou superior as questões consideradas. Embora não seja este um trabalho empírico e sim um exercício de racionalidade, busquei outras teorias ou hipóteses que melhor explicassem a questão da evolução da mente nas espécies e não encontrei.
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Este ensaio não é sobre psicologia, talvez sobre metapsicologia que é a área que estuda fenômenos que não são abordados pela psicologia empírica. A metapsicologia aborda temas que não podem ser testados por meio do positivismo científico. Na verdade temos aqui uma costura de conhecimentos e informações de diferentes áreas da ciência utilizando para tal uma linha de lógica.
O foco deste ensaio no inconsciente não tem o mesmo objetivo da psicologia ou da psicanálise. O que se busca é traçar um modelo para o funcionamento mais básico e elementar do inconsciente de forma que este modelo também explique a evolução da psique sem depender apenas de mutações aleatórias.
Possivelmente pelo início da a minha formação ter sido Ciências Exatas, sempre busco entender os conceitos psicológicos e psicanalíticos de um ponto de vista lógico, nem sempre isso é totalmente possível dado à subjetividade, porém este exercício me ajudou a construir esse modelo para o funcionamento elementar da mente. Durante anos minha psicanalista me dizia que havia esquecido de levar os seus compêndios de lógica para a sessão.
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A iniciativa de escrever este livro surgiu de uma consulta a algumas obras de Jung lidas há cerca de 30 anos para relembrar como haviam sido enunciados os conceitos de Inconsciente Coletivo e de Arquétipo. Essas dúvidas surgiram durante a leitura de dois livros do psiquiatra austríaco Viktor Frankl, considerado o pai da terceira escola vienense de psicanálise.
O que começou como uma consulta acabou se transformando na releitura de boa parte da obra de Jung sempre com a sensação de estar lendo aquelas obras pela primeira vez. Possivelmente mais maduro tive oportunidade de entender melhor e correlacionar conceitos de Jung e de Viktor Frankl com conhecimentos de outras áreas que certamente ainda não tinha quando jovem.
À medida que lia e pesquisava detalhes do contexto cultural do século XIX, foram surgindo as ideias objeto deste ensaio e junto com elas uma vontade muito grande de escrever, na verdade foi mais do que uma vontade. Durante o período de cerca de um ano em que dediquei as minhas horas vagas a este ensaio, me sentia mal nos dias em que não encontrava tempo para escrever.
ENSAIO SOBRE O FUTURO
Uma Evolução Silenciosa
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Sim, o ensaio Conjectura existe de fato, não é uma obra de ficção e foi premiado Concurso Internacional de Literatura de 2015 promovido pela União Brasileira de Escritores (Prêmio Vianna Moog).
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Como a mente funciona? Esta pergunta é perfeita para definir o objeto do ensaio. Conjectura que propõe um modelo simples e intuitivo para a evolução das espécies baseado na evolução dos instintos. Este modelo explica e demonstra que o surgimento da consciência e do intelecto não foi um mero acidente evolutivo e sim uma decorrência natural da evolução da vida instintiva sem depender apenas de mutações aleatórias.
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O modelo apresentado no ensaio explica a perceptível aceleração da evolução da psique humana, fenômeno que tanto a genética quanto a psicologia são incapazes de justificar.
A escala de tempo da evolução das espécies que se contava em milhões de anos até o surgimento do Homo Sapiens pode atualmente estar em décadas ou menos.
Essa perceptível aceleração no desenvolvimento do intelecto humano em tempos recentes nos permite especular como será o futuro e é esse o caminho explorado em Ensaio Sobre o Futuro.
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Quando o ensaio Conjectura foi premiado, eu fui aconselhado por um amigo que é também crítico literário, em tom de brincadeira, a transpor as ideias contidas no ensaio para a ficção.
Apesar de ter sido dado em tom de pilheria, esse conselho não me saia da cabeça e comecei a pensar em como seria possível transpor um assunto tão complexo para uma narrativa ficcional. A partir daí, sem um nome e sem um roteiro definido escrevi Ensaio Sobre o Futuro em apenas três meses, sendo que o ensaio Conjectura havia me tomado mais de ano.
Já terminado o livro e ainda sem nome, olhando para a minha estante vi um livro do José Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira, e sem o menor pudor nele me inspirei, lembrando que o livro havia surgido do ensaio Conjectura que em sua parte final especula sobre a evolução da mente humana em futuro próximo. Ensaio Sobre o Futuro defini perfeitamente o conteúdo dessa obra ficcional que é, porém, baseada em um estudo sério.
MINHAS MEMÓRIAS PÓSTUMAS
A Sedução do Poder
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Não sei explicar porque comecei a escrever esse livro, acho que foi uma tentativa de criar um personagem que agregasse características dos principais atores da política brasileira. Mas não foi isso que aconteceu. Desde o início Mario Vargas adquiriu vida própria e passou a ditar o livro independente da minha vontade. Foi ele quem me descreveu os seus amores, seus medos, suas lutas, sua trajetória, os seus ideais e os seus meios de atingi-los, nem sempre os mais louváveis, para dizer o mínimo.
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Escrever esse livro foi para mim uma experiência difícil de entender. A narrativa tem como cenário a história recente do Brasil e, naturalmente, eu tentava descrevê-la do meu ponto de vista, mas em muitas oportunidades o Mário me obrigou a mudar meus conceitos ao observar os acontecimentos do ponto de vista de quem detinha o poder, ou seja, do ponto de vista dele.
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Em relação a cada livro eu guardo uma sensação diferente, com relação à Minhas Memórias Póstumas eu sinto como se tivesse sido uma psicanálise onde o Mario Vargas era o paciente e eu o terapeuta, nós dois buscando entender o sentido da vida de um homem que sacrifica tudo pelo poder sem visar dinheiro ou fama. Não foi uma autoanálise pois nem a minha vida nem a minha personalidade em nada se assemelham com as do Mario. Mas não posso negar que esse processo de alguma forma afetou minha maneira de enxergar o mundo do poder.
-
O Mario é difícil de descrever, a característica que melhor o defini, que ele descobriu ainda criança, é a de preferir morrer afogado a ter que pedir socorro. Ele sempre foi um solitário, apesar de amar duas mulheres. Preferia os dias de chuva, ambientes a meia luz e conseguia tirar da sua depressão crônica energia para viver em ritmo de trhiller, sempre em busca de um sentido para a vida.
Mafalda era a noite, uma brisa fresca, o luar, um momento de descanso; Vitória era o discurso vibrante, o sol de verão, o trabalho bem feito. Em comum elas tinham a honestidade e aquele olhar que enxerga as pessoas por dentro.
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Não sei, acho que eles já existiam e eu só pedi licença para retratá-los. A mulher do coronel, linda, misteriosa, poderosa e carente. Laerte, silencioso e leal, um soldado, fazia o que tinha que ser feito. Para pessoas como eles a alegria de viver é só seguir vivendo cumprindo o seu papel, talvez como atores famosos na centésima apresentação de uma peça, apenas perfeitos em seus papéis. Nelson Rodrigues dizia que a morte é anterior a si mesma, começa lentamente, muito antes do atestado de óbito.